Canapés Giovanini

Canapés Giovanini

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Amo a culinária, mas, a Geografia também.

Conforme postei no início do blog, ele não se restringe à culinária e, nem poderia sê-lo, pois, além do prazer de criar canapés, tenho verdadeira paixão pela história, geografia, poesia, música e a imensidão do nosso planeta (dualidade geminiana, sem dúvida alguma!), em especial, por lugares pouco conhecidos, por aqueles jamais vistos pelo homem e, particularmente, pelos locais mais inóspitos, que poucos se atrevem a ir (nem eu).
Há poucas semanas, no site do EMPRATADO (http://www.empratado.com.br/), li a matéria em que a jornalista Gláucia Balbachan fazia referência ao maior caranguejo do planeta, encontrado nas águas do mar de Bering.
Ao ler sobre o tal crustáceo, fui pesquisar a respeito do MAR e, não, sobre o caranguejo gigante.

                                   



Antes de tudo, obviamente, procurei a respeito da localização e a origem do nome.
Vamos dar uma “voltinha” no tempo e dar um pulinho em 1724, quando o navegador dinamarquês chamado VITUS JONASSEN BERING ingressa na frota do czar Pedro, o Grande, e Bering é nomeado para liderar uma expedição no intuito de descobrir se a Ásia e a América do Norte eram ligadas por terra e assim, em julho de 1728, Bering sai da península da Sibéria, chegando no mês seguinte ao Estreito que levaria seu nome.
Ao chegar lá, concluiu que os continentes não eram ligados, já que não avistou a América.
Estreito de Bering é um canal marítimo localizado entre o Cabo Dezhnez e o Cabo Príncipe de Gales. É a ligação mais estreita entre o continente asiático e americano, com aproximadamente 85 Km de largura, que liga o mar Chukchi (Oceano Ártico) ao mar de Bering (parte do oceano Pacífico).
O que achei bem curioso é que as Ilhas Diomedes, situadas no meio do estreito, pertencem tanto aos EUA (Diomedes menor) como à Rússia (Diomedes maior), com uma distância de apenas 4 Km entre as duas, que fica congelada durante boa parte do ano, possibilitando, nesta época, a passagem a pé entre elas.
E é exatamente entre as duas ilhas, que passa a Linha Internacional de Data. Você sabe o que é essa Linha?
É uma linha imaginária sobre a superfície da terra que ocasiona uma mudança de data obrigatória ao cruzá-la e, desta forma, ao cruzar a linha de Data de leste para oeste soma-se um dia e ao passar de leste para oeste, diminui-se um dia no calendário.

 

Portanto, mesmo que a distância entre as duas ilhas seja de apenas 4 Km, como já mencionado acima, qualquer percurso entre elas gera uma diferença de 24 horas. Não é o máximo?

Hoje, ninguém habita a ilha Russa e na americana existem 170 pessoas apenas. Na menor, os esquimós vivem um estilo de vida de subsistência, peixe e caranguejo, as baleias beluga ou baleia-branca (estas,  caçadoras oportunistas e comem uma grande variedade de peixes, lulas, crustáceos e polvos), morsa, focas e ursos polares. Quase todas as partes dos animais são usadas para alimentação, de vestuário e até mesmo barcos. Moradores são conhecidos por suas esculturas de marfim.


O terreno limitado da Diomedes menor não permite uma pista para pouso, por isso, a entrega de correio é feita por helicóptero. A maioria das fontes vinda do território chega por uma barcaça e a venda e a importação de álcool são proibidas.
Água e saneamento são graves problemas da Diomedes menor. Água doce vem de uma nascente, contudo, essa fonte não é confiável; no final do inverno os habitantes da ilha derretem neve para beber. Todas as casas usam banheiros químicos, que requerem tratamento e o lixo também é um problema para a comunidade.
Conclusão: Existem coisas e lugares que não podem ser explicados, nem descritos. Necessitam ser experimentados e vistos. O Estreito de Bering é um deles.